Redoto

Como não ser uma inspiração?
Com esses belos olhos castanhos
Acanhados e tímidos
Que ao encontrarem com os meus
Por instantes fazem uma explosão
Uma energia constante 
Num cosmos em vasta expansão

Por tal metáfora evitamos os olhares constantes
Para não sermos consumidos
Pela incansável extensão do nosso ser
Um com o outro, nessa conexão inefável
Envolvendo nossos corpos afoitos
Que por um simples toque se fascinam
Numa dança de perfeita sincronia
Como se seus autores já houvessem
Por anos ensaiado uma grande peça

Um simples conforto ao tocar
De vez em quando embaraçado
Mas nunca forçado
De uma pele em outra
Só pela vontade de estar

Havia tempos em que eu não sentia
Uma vontade de ficar a sós
E deixar o tempo passando
Enquanto apenas existimos no espaço
Um com o outro e apenas nós

Tarde de levar esse momento embora
Que pelo menos haja sempre mais uma vez
Onde as estrelas e o céu se encontram
E fazem da noite seu palco
Para seus abtrusos espetáculos 

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