A Cacatua
Estava lá eu, sua cacatua, branquinha de crista amarela. Era livre, voava e pousava em suas mãos, nunca sai de casa... Por vontade própria. Éramos felizes, sem medo de amar. Pousaram na janela 3 corvos. Esses fascinaram seus olhos. Olhos que até então só viam a mim. A preferência lhes foi dada, e corvo não vive com cacatua e cacatua não vive com corvo. Me apanhou nos dedos. Foi até o parapeito da janela E lá olhou- me profundamente nos olhos... - Não vais me esquecer? A dor não me permitiu responder. - Vindes me ver amanhã? Com as penas amarelas baixas, disse-lhe que não. Sabia que ainda me amava. Sabia também que estava cego. Mal sabias tu que eram criaturas sujas e obscuras. Mas eis que voo sem rumo. Aguardando chamar- me de volta.