A Cacatua

Estava lá eu, sua cacatua,
branquinha de crista amarela.
Era livre, voava e pousava em suas mãos,
nunca sai de casa...
Por vontade própria.
Éramos felizes, sem medo de amar.

Pousaram na janela 3 corvos.
Esses fascinaram seus olhos.
Olhos que até então só viam a mim.
A preferência lhes foi dada,
e corvo não vive com cacatua
e cacatua não vive com corvo.

Me apanhou nos dedos.
Foi até o parapeito da janela
E lá olhou- me profundamente nos olhos...
- Não vais me esquecer?
A dor não me permitiu responder.
- Vindes me ver amanhã?
Com as penas amarelas baixas,
disse-lhe que não.
Sabia que ainda me amava.
Sabia também que estava cego.
Mal sabias tu que eram criaturas
sujas e obscuras.

Mas eis que voo sem rumo.
Aguardando chamar- me de volta.

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